quinta-feira, 31 de maio de 2012

Os Deputados Somos Nozes

A etimologia da palavra "senado" nos remete à Roma Antiga; vem do latim senatus, a "assembléia dos anciões". Já a palavra "deputado" vem de deputatus, que significa "designado para purificar ou resolver uma situação". Não vou escrever o que estou pensando pois acredito que o(a) leitor(a) esteja pensando o mesmo que eu; e sim, trata-se da mesma raiz da palavra.

Historicamente, os deputados são os representantes do povo e devem expressar sua vontade e agir como tal. E comportam-se de maneira idêntica à maneira que parte significativa do povo agiria: enriquecendo ilicitamente, gozando de informação privilegiada, prevaricando e sendo nepotista.

Da mesma forma, assim como os seus representados, muitos são ignorantes. Alguns candidatos que foram submetidos aos testes da Justiça Eleitoral para comprovar a capacidade de ler, escrever e interpretar, continuam na disputa, mesmo tendo respondido alguns absurdos nas provas.

 
A câmara e a assembléia são uma imagem do povo. Quer melhorar o quadro político? Comece melhorando a si mesmo. Afinal, no fundo, os deputados somos nozes.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Arrependimento


O erro é um fato na vida de todos. Não há um ser humano que não tenha cometido um erro no decorrer de sua vida. Quando nos damos conta dos nossos erros, logo vem o arrependimento.

 "Porque todos tropeçamos em muitas coisas" - Tiago 3:2
 
Do grego μεταμέλεια, Metanóia (Meta = Mudança, Nóia = Mente), arrependimento quer dizer Mudança de Mentalidade. Freqüentemente, o catalisador dessa mudança é a dor, como nos ensina o poeta italiano Giacomo Leopardi: "É possível repousar sobre qualquer dor de qualquer desventura, menos sobre o arrependimento. No arrependimento não há descanso nem paz, e por isso é a maior ou a mais amarga de todas as desgraças".

No entanto, vale ressaltar que tal dor é vã, se não vier acompanhada também de uma mudança de atitude. É preciso que sejamos dignos de nossa dor. Dostoiévski afirmou uma vez: "Temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento". O arrependido verdadeiramente percebe e se sensibiliza das conseqüências ruins que seus atos causaram para outras pessoas.

Essa sensibilização à dor alheia leva o arrependido a uma tristeza verdadeira pelo dano sofrido pelos que prejudicou. E, como conseqüência, deve fazer o arrependido tomar uma firme decisão de não mais cometer o mesmo erro, para não mais causar mal aos outros. O arrependimento pode assim, também, ser considerado como a dor sentida por causa da dor causada.

Fonte: Wikipedia

Crédito dos quadrinhos: MenTirinhas

terça-feira, 29 de maio de 2012

Reforma Íntima

Muitos são os motivos que nos levam à Casa Espírita: Pelo amor, pela dor, convite de alguém, hoje pela razão, etc...

E o que acontece? Assistimos palestras, recebemos o passe, tomamos água fluidificada e vamos embora. Somos espíritas apenas dentro da Casa Espírita, estas atitudes irão se repetir por longo tempo. Mas à medida que vamos estudando e compreendendo melhor os ensinamentos espíritas, sentimos que necessitamos nos integrar mais nas ações de reforma moral da sociedade, e nada melhor para fazermos isso do que iniciando por nós mesmos, ou seja, que sejamos espíritas na convivência com o mundo, e isso nos leva à nossa reforma moral.

Todo espírita estudioso caminha neste sentido, porque compreende que o Espiritismo como filosofia busca atingir o seu mais nobre objetivo, que é a reforma moral da criatura.

A grande maioria dos livros escritos pelas vias mediúnicas são ricos de ensinamentos e verdadeiros tratados de saúde mental, com uma terapia baseada no Evangelho de Jesus e na Codificação Kardequiana.

Livros como: "Auto Conhecimento", "O Homem Integral", "O Ser Consciente", "Espelho D’alma", "Momentos de Renovação" e outros não necessariamente espíritas, nos indicam a importância da Reforma Íntima, ou renovação de atitudes, como fator essencial para alcançarmos o progresso moral e espiritual, visando à nossa felicidade relativa.

Duas afirmativas nos chamam à reflexão:

( 1 ) Renovação de atitudes:

Um jovem foi ao médico, queixando-se de dores abdominais. Tendo sido atendido pelo médico, este atencioso, realizou exames, fez entrevistas, e ao final chegou ao diagnóstico: Cirrose hepática, doença do fígado por ingestão de bebida alcoólica. Enfermidade conhecida e facilmente tratável, receitou um tratamento, onde o paciente deveria tomar uma medicação, fazer caminhadas diárias, ao final da caminhada realizar algumas ginásticas. O paciente saiu satisfeito pois veria-se livre de suas dores. Ao final de um mês, retornou novamente o paciente ao consultório médico, onde o doutor o atendeu solícito.

Ah, doutor! O tratamento não deu resultado, pois continuo a sentir dores. O profissional estranhou, pois tinha confiança em seu diagnóstico, mas voltou a examiná-lo.

_ O senhor tomou o remédio que lhe receitei?

_ Sim senhor doutor, certinho, três vezes ao dia!

_ O senhor fez as caminhadas para melhorar a circulação? 

_ Cinco quilômetros todos os dias doutor!

_ O senhor fez as ginásticas como recomendado?

_ Uma hora diária após as caminhadas doutor!

_ O senhor parou de beber?

_ Não doutor... doutor continua doendo...

A medicina terrena trata das enfermidades do corpo físico, o Espiritismo trata das enfermidades do espírito (estando ele encarnado ou não). O médico nos escuta, analisa, faz exames e nos recomenda um tratamento. A Casa Espírita, nos escuta, analisa, consola, e também nos recomenda mudanças de atitudes; mas esta vai mais além em nosso benefício, pois nos fornece o passe magnético, a água fluidificada e em alguns casos tratamentos de desobssessões.

Mas assim como no caso do paciente enfermo, se quisermos melhorar, cumpre que façamos a nossa parte mudando as nossas tendências negativas, ou ficaremos indefinidamente tomando remédios, realizando caminhadas, fazendo ginásticas, recebendo passes, tomando água fluidificada...

Emmanuel, em uma de suas mensagens no diz: "O pastor conduz o seu rebanho, mas são as ovelhas que andam com as próprias pernas".

( 2 ) Felicidade relativa:

(Em virtude da afirmativa de Jesus – "A felicidade não é deste mundo" Bíblia, Eclesiastes; e Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, item 20). Analisando esta afirmativa do Cristo apenas pela letra que mata e não pelo espírito que vivifica, muitos apressados, inimigos do estudo e cultores do negativismo atribuem que estamos na Terra para sofrer, que este é um vale de lágrimas, aqui só há dores e aflições, etc. Semelhantes afirmativas são no mínimo equivocadas e inconseqüentes, pois espalham o desânimo, pessimismo, descrença, resignação incondicional. A nossa razão nos mostra que podemos e temos momentos felizes mesmo no estágio evolutivo em que nos encontramos, pois quem não fica feliz com um casamento? O nascimento do primeiro filho? Uma formatura? O primeiro emprego? No aniversário, receber aquele presente tão esperado? Jesus, profundo conhecedor, não iria contrariar as Leis Naturais, negando estes fatos. Ele se referia tão somente à felicidade plena, que é atributo apenas dos Mundos Felizes e Angélicos.

Sabemos então que para evoluirmos espiritualmente temos que realizar a nossa Reforma Íntima, mas algumas perguntas nos assaltam:

O que é Reforma Íntima? Ela deve ser compreendida como a chave mestra para o sucesso de sua melhora interior e, conseqüentemente, da sua felicidade exterior.

Para que serve? Renovar as esperanças interiores tendo por meta o fortalecimento da fé, a solidificação do amor, a incessante busca do perdão, o cultivo dos sentimentos positivos e a finalização no aperfeiçoamento do ser.

O que fazer? Realizar atos isolados, no dia-a-dia levando-nos a melhorar as nossas atitudes, alterando para melhor a nossa conduta aproximando-a tanto quanto possível do ideal cristão.

Por onde começar? Pela auto crítica.

Como fazer a reforma íntima? Bem...

Embora uma linha de pensadores espíritas entenda que os meios de o conseguir é obra e esforço de cada um, as obras literárias estão repletas de indícios e dicas.

Em "O Livro dos Espíritos" no capítulo Conhecimento de si mesmo, à pergunta 919, Allan Kardec questiona aos Espíritos:

( 919 ) Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

"Um sábio da antigüidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."

Allan Kardec, profundo conhecedor das deficiências humanas, investiga mais a fundo no desdobramento da questão acima.

( 919a ) Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?

"Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar...(Santo Agostinho).

Parece resultar daí que o conhecimento de si mesmo é, a chave do progresso individual.
(esta é uma tarefa que compete a cada um individualmente)

Ocorre-nos lembrar de Benjamin Franklin, Estadista, escritor e inventor norte americano (inventor do para-raio, Boston 17-01-1706 - Filadélfia 17-04-1790).

Benjamin Franklin era um tipógrafo na Filadélfia homem fracassado e cheio de dívidas, achava que tinha aptidões comuns mas acreditava que seria capaz de adquirir os princípios básicos de viver com êxito, se pudesse apenas encontrar o método certo. Método este encontrado e relatado em seu livro a "Autobiografia de Benjamin Franklin" (1771-1788).

Benjamin Franklin, em sua juventude era um homem de muita inteligência e perspicácia, apesar de ter estudado apenas até o segundo ano primário. Era ávido por conhecimento e lia muito, estudava e escrevia ensaios e poesias. Estudava sobre tudo que lhe interessava, principalmente sobre os grandes vultos da história de todos os tempos. Por isso mesmo tinha uma grande cultura e um conceito moral muito rígido, e cobrava-se muito, bem como, cobrava aos outros a mais correta e ilibada conduta. Em suas reuniões sociais, tecia críticas francas e ácidas sobre todos os deslizes de seus colegas, sentindo um prazer mórbido em derrotar verbalmente aos seus oponentes, fato que ao longo do tempo foi deixando-o só e isolado nas reuniões a que eram "obrigados" a convidá-lo pelo seu cargo político.

Sentindo o peso deste isolamento, em conversa com um amigo muito chegado, comentou esta aversão das pessoas de seu convívio.

Tendo sido localizada a causa deste sentimento de aversão, com uma tenacidade que só as almas valorosas possuem, empreendeu luta acirrada ao combate às suas imperfeições.

Mas por mais que se esforçasse, controlava uma imperfeição mas caía invariavelmente em outra, quando esta outra recebia a sua atenção novo deslize fazia-o tropeçar, e a situação não avançava. Era como se estivesse tentando reter água com as mãos que, não obstante, escorria por entre seus dedos.

O isolamento continuava e até acentuava-se.

Lembrando-se das habilidades bélicas de Napoleão Bonaparte, que adotava a estratégia de "dividir para vencer", de espírito inventivo, Franklin imaginou um método tão simples, porém tão prático, que qualquer pessoa poderia empregá-lo.

Franklin escolheu treze princípios que julgava ser necessário ou desejável aprender e procurar praticar. Escreveu-os em pequenos pedaços de cartolina, com breve resumo do assunto, e dedicou uma semana da mais rigorosa atenção a cada um desses princípios separadamente. Desse modo, pode percorrer a lista toda em treze semanas, e repetir o processo quatro vezes por ano.

Quando passava ao princípio seguinte não esquecia os anteriores, e cada vez que se pegava em falha, fazia uma pequena marca no verso do cartão, assim no retorno àquele princípio dedicava maior atenção e esforço.

Manteve em segredo o que estava fazendo, pois receava que os outros se rissem dele. (é triste constatar que até aos dias de hoje nos vangloriamos de atos incorretos, falcatruas, engodos, vícios que cometemos, mas temos vergonha de admitirmos que estamos tentando melhorar praticando alguma virtude).

Ao fim de um ano Franklin havia completado quatro cursos, e constatou que já buscava com naturalidade o controle de suas falhas, apesar de estar longe de dominar com perfeição qualquer daqueles princípios.

Este procedimento deu tão certo que Franklin utilizou-o ao longo de toda a sua vida, embora mudando os princípios uma vez já tendo controlado aquela deficiência combatida.

Os treze princípios de Benjamin Franklin eram:

1. Temperança: Não coma até o embotamento; não beba até a exaltação.

2. Silêncio: Não fale sem proveito para os outros ou para si mesmo; evite a conversação fútil.

3. Ordem: Tenha um lugar para cada coisa; que cada parte do trabalho tenha seu tempo certo.

4. Resolução: Resolva executar aquilo que deve; execute sem falta o que resolve.

5. Frugalidade: Não faça despesa sem proveito para os outros ou para si mesmo; ou seja nada desperdice.

6. Diligência: Não perca tempo; esteja sempre ocupado em algo útil; dispense toda atividade desnecessária.

7. Sinceridade: Não use de artifícios enganosos; pense de maneira reta e justa, e, quando falar, fale de acordo.

8. Justiça: A ninguém prejudique por mau juízo, ou pela omissão de benefícios que são dever.

9. Moderação: Evite extremos; não nutra ressentimentos por injúrias recebidas tanto quanto julga que o merecem.

10. Asseio: Não tolere falta de asseio no corpo, no vestuário, ou na habitação.

11. Tranqüilidade: Não se perturbe por coisas triviais, acidentes comuns ou inevitáveis.

12. Castidade: Evite a prática sexual sem ser para a saúde ou procriação; nunca chegue ao abuso que o enfraqueça, nem prejudique a sua própria saúde, ou a paz de espírito ou reputação de outrem.

13. Humildade: Imite Jesus e Sócrates.

A quantos desejarem experimentá-lo, sugere-se analisarem-se, buscando aquelas deficiências mais comuns e corriqueiras, que sabemos possuir, ou as qualidades que não temos mas que gostaríamos de ter, adaptando o método às necessidades e interesses de cada um. Ao alcançar uma conquista, alterar a meta, buscando por outra, que vão surgindo ao longo do tempo, mas cuidando sempre para que não incorram em recaída.

Este não é o primeiro e nem será o último método inventado, que visa à melhoria das pessoas através da reforma íntima, mas com certeza, nos aponta mais uma alternativa palpável e simples, que está ao alcance de quantos tiverem a coragem e a vontade firme de empreender esta luta íntima na escalada evolutiva.

Não é um caminho fácil. Não existe caminho fácil. Mas é um caminho seguro.

Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no capítulo XVII, Sede Perfeitos, Allan Kardec escreveu:

"Reconhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral, e pelos esforços que emprega para domar as suas más inclinações".

Na Bíblia em "O Novo Testamento", Tiago em suas epístolas nos adverte: "Fé sem obras é estéril".

Que Jesus nos ilumine e guie.

Muita paz.

Fonte: texto de João Batista Armani

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Agradeço a Deus pela Graça Alcançada


Por que nem sempre a piada surte o efeito esperado...

Vi no MenTirinhas.

Um Cara de Atitude

 
Blefe: você está fazendo isso errado.

Vi no MenTirinhas.

Jogo do 1 Erro

Achei essa tirinha no excelente sitio Mulher de 30 e gostaria de propor uma pergunta: qual erro o marido cometeu? A resposta você encontra aí embaixo.

 
R: O marido deveria ter dito o que ele pensou ao invés de ficar apenas pensando.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

O Pão que o Diabo Amassou

"As dificuldades devem ser usadas para crescer, não para desencorajar. O espírito humano cresce mais forte no conflito." - William Ellery Channing

Satanás ou Satã (do hebraico שָטָן, adversário/acusador) é um termo originário da tradição judaico-cristã e geralmente aplicado à encarnação do Mal em religiões ditas monoteístas. O Tanakh utiliza a palavra שָטָן para se referir a opositores espirituais.

Nesse sentido, Satanás é usado por Deus como uma alavanca para o crescimento espiritual do ser humano, uma vez que podemos aprender quando nos defrontamos com dificuldades. Quantas e quantas pessoas não mudam pela dor de um amor? Quantas não repensam por completo a vida após uma tragédia ou após perder tudo o que tinham (ou achavam que tinham)?

Satã é o fermento [1], o reagente que nos faz evoluir a partir do momento em que nos confrontamos com ele. Infelizmente alguns em vez de combater, se associam à ele. Aí a "massa desanda". É o caminho mais fácil, a porta larga, afinal existe uma sintonia de todos nós que estamos nesse planeta com o mal (ou não estaríamos aqui); sintonia essa que precisamos expurgar de nosso padrão energético. Ora, quando você é um compulsivo por comida, você vai pra um Spa, onde há todo um controle para não entrar doces e massas. A pessoa emagrece, mas ao sair de lá vai ficar sendo tentada toda vez que ver comida. Quem adquiriu o entendimento? O diabético que olha pra uma torta e diz "não quero" ou obeso moderado que diz "não posso"? O primeiro pode até ter passado por algum trauma relacionado à doença, como a amputação de um membro ou um derrame, enquanto o segundo só tem um conhecimento sutil dos problemas e ainda trava uma luta interna com os sentidos.

Analogamente, comer o pão que o Diabo amassou ainda é um eficiente método de aprendizado.

P.S.: Os termos usados nesse artigo são relacionados à nutrição não por acaso.

[1] Quimicamente, as substâncias do fermento reagem com a massa e provocam o desprendimento de dióxido de carbono. As bolhas desse gás, retidas na mistura de farinha, se expandem quando aquecidas, ocasionando o crescimento da massa. Jesus disse: Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade (1 Coríntios 5:8). Ele compara a verdade ao ázimo (pão sem fermento) pois são coisas intrínsecas à massa (nossa natureza divina). Talvez esse pensamento tenha relação com a origem da simbologia judaica de não comer pão com fermento.

Fonte: Wikipedia

terça-feira, 22 de maio de 2012

Câncer

O câncer pode surgir devido ao tabagismo, fatores genéticos, má alimentação, entre outros. E mesmo sendo um assunto de prioridade médica, com recursos gigantescos investidos na busca de uma cura, ele permanece essencialmente um mistério. Por que o câncer pode matar uma pessoa em seis meses, e outra com o mesmo tipo, no mesmo local, pode viver por mais de dez anos? Por que em alguns casos ele regride sem remédios, enquanto em outros, mesmo com todo o tratamento, ele continua implacável? Os médicos se vêem diante de casos que a medicina não pode (ainda) explicar.

Não quero aqui propor uma cura "esquisotérica". Todavia, existe uma ligação entre mente e matéria. A mente pode influir sim neste plano material de existência, de forma quase imperceptível, como sugere o experimento com cristais de água de Masaru Emoto. Ora, se os pensamentos afetam a água, nós, que somos compostos de 70% de água, somos vítimas em potencial.

Experimentos com células humanas indicaram que existe uma ligação de comunicação entre os pensamentos e as emoções individuais e as células, ainda que removidas do corpo. O pesquisador Cleve Backster coletou por meio de um procedimento clínico, células da boca de um doador e conectou-as a um dispositivo eletrônico que media as reações celulares em função das alterações emocionais do doador. Os resultados desse e de outros experimentos realizados nos últimos trinta anos mostraram que as mudanças de estados emocionais - voluntárias ou involuntárias - do doador provocam alterações mensuráveis nas células isoladas. Esses experimentos mostram que existe alguma forma de comunicação entre eles, mesmo que isolados eletromagneticamente, através de paredes de chumbo em uma gaiola de Faraday, e que essas comunicações não dependem da distância entre o emissor e o receptor e parecem ser instantâneas.

A palavra aqui é emoção. Quando sentimos emoção, negativa ou positiva, nosso corpo vibra no estado do nosso pensamento, como um címbalo vibra para produzir um som. Nos imantamos com aquela emoção. Por isso não devemos guardar mágoa, ódio ou tristeza, pois tal sentimento vai nos afetar negativamente e poderemos vir a coletar o fruto de tais atitudes mentais no futuro. E um desses frutos pode ser o câncer. O câncer é uma desordem no corpo resultante de um dano no DNA, que provoca a divisão desordenada de células, que acabam invadindo lugares onde não deveriam estar. Também sabemos que, se o DNA é mesmo afetado por sentimentos, não é preciso ser cientista para perceber a relação mente/corpo.

Não estou aqui dizendo "viva feliz e não tenha câncer". Esse é um assunto espinhoso para as famílias envolvidas para ser tratado levianamente ou de forma generalizada. Mas é preciso ter em mente que o bom estado de espírito é essencial na prevenção e no tratamento. E é justamente esse estado de espírito que se perde quando alguém é diagnosticado com câncer. É para isso que serve essa postagem: não adianta a família apoiar o paciente, o médico ser "pra cima", orações, se o próprio paciente não se esforçar em manter a mente e as emoções sob controle. Sei que a última coisa que a pessoa desenganada quer é alguem tentando animá-la, mas é preciso ela mesma procurar se animar, nem que seja só de sacanagem, para dar mais trabalho às células cancerígenas! E como conseguir essa atitude mental? Vai depender de cada paciente; alguns podem se apegar na fé em algo, outros apenas no conhecimento de que, "quanto melhor o sentimento, melhor o tratamento", ou pode aprender a meditar e controlar a mente com algum monge budista. Só não pode se entregar. Sabe aqueles médicos que dizem: você tem apenas seis meses de vida? Acho que nem um monge está preparado pra ouvir uma coisa dessas, logo de cara! Muita gente vive dez, vinte anos com um câncer sem saber, e quando por algum motivo descobre que tem, definha e morre em meses. Isso é atuação da mente sobre o corpo. Os médicos precisam saber disso e usar o melhor tanto da medicina tradicional quanto da holística, que trata do paciente como um todo, e não só um pedaço de carne, algo que os médicos do passado, nas cidades isoladas do interior, faziam intuitivamente.

Bem, quer dizer então que, se minha atitude mental for positiva posso, quem sabe, viver bem mais tempo? Eu estaria sendo leviano se dissesse isso, mas posso afirmar com certeza: uma condição mental perturbada só vai piorar ainda mais as coisas. Devemos arcar com as consequências de nossos atos. Se cultivamos a tristeza por anos, boa coisa não vai surgir, e isso não desaparecerá como mágica simplesmente porque a pessoa resolveu mudar de atitude do dia para a noite.

Mas, e se a pessoa foi alegre e "pra cima" toda a vida e mesmo assim teve câncer, como se explica essa teoria? Bem, ninguém é Poliana para ficar alegre o tempo inteiro. Cada pessoa tem seus "fantasmas no armário". A diferença é que algumas não deixam ninguém, às vezes nem ela mesma, perceber. Às vezes pode ser até mesmo reflexo de outras vidas, uma desordem impregnada no corpo energético e refletido no físico dessa forma. Mas pode também ser puramente causa-efeito material, como alguém que se criou perto de linhas celulares ou de alta tensão e vai ter muito mais chance de desenvolver um tumor do que alguém que foi criado no campo.

Então quer dizer que aquele meu chefe chato, que vive de mau-humor e brigando com todos na empresa vai provavelmente morrer de câncer? Não fique tão animado, a relação não é tão direta assim. O equilíbrio energético do corpo varia de pessoa para pessoa. Tem gente que vive muito bem depressiva, ou briguenta, pois ela está ligada a uma cadeia energética que é muito maior que ela, que envolve doadores e receptores de energia, válvulas de escape, etc. É mais fácil que o funcionário que recebe as broncas calado todo dia venha a ter câncer do que o desgraçado que briga e está com isso extravasando as energias (da pior forma, diga-se de passagem).

E a cura? Será que existe? Existem muitos e muitos casos de "milagres", que podem ou não ser verdadeiros. O fato é que, se aparecem casos comprovadamente verdadeiros na mídia, estarão indiretamente incentivando a proliferação de charlatães, que se multiplicam com a procura. Mas existem casos interessantes, como esse:

Em artigo da revista Isto É, o agricultor paulista Ricardo Hildebrand, 52 anos, católico, conta que em 1992 descobriu que tinha dois tumores no cérebro. Atendido num hospital de Campinas (SP), apenas um tumor foi retirado. O outro estava localizado numa região considerada delicada. Abalado, Hildebrand recorreu a um centro para fazer uma cirurgia espiritual. "Era minha última chance. Tinha que dar certo e eu sentia que daria, apesar de não saber como", conta. Após ter feito a operação, ele se submeteu a uma tomografia. "Levei o novo exame ao especialista e não lhe falei sobre a cirurgia. Ele analisou o resultado junto com outros colegas. No final, disse-me que o tumor tinha desaparecido e que eu estava curado. O médico não conseguia explicar o que aconteceu", lembra-se. O agricultor reconhece que é normal desconfiar da veracidade de sua história. "Só acredito porque aconteceu comigo".

Entretanto, um artigo que aborda com ceticismo os tratamentos alternativos diz que "os proponentes de métodos questionáveis tipicamente alegam que a demanda de mercado e testemunhos de consumidores satisfeitos são a prova que seus remédios funcionam. Entretanto, os proponentes quase nunca tomam nota ou revelam qual a porcentagem de seus casos que terminam em fracassos. Curas do câncer atribuídas a métodos questionáveis normalmente caem em uma ou mais destas cinco categorias:
( 1 ) o paciente nunca teve câncer;
( 2 ) o câncer foi curado ou entrou em remissão através da terapia comprovada, mas a terapia questionável também foi usada e erroneamente levou o crédito pelos resultados benéficos;
( 3 ) o câncer está progredindo mas é erroneamente interpretado como em regressão ou curado;
( 4 ) o paciente morreu devido ao câncer ou não foi mais seguido, mas é interpretado como curado;
( 5 ) o paciente teve uma remissão espontânea muito rara ou o câncer diminuiu a taxa de crescimento o que é anunciado como uma cura".

Mas, e se o caso não se enquadra em nenhum desses tópicos? Se havia mesmo um câncer ou tumor e ele regrediu ou sumiu? Obviamente os céticos não trabalham sequer com essa possibilidade, mas algo me diz que, no mundo da medicina ela pode ser mais comum do que se imagina.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

A Regra de Ouro

Budismo:
Não firas os outros de um modo que não gostarias de ser ferido. 
Udanda-Varqa 5:18

Zoroasterismo:
Aquela natureza só é boa quando não faz ao outro aquilo que não é bom para ela propria.
Dadistan-i Dinik 94:5

Judaísmo:
O que te é odioso, não faças ao teu semelhante. Esta é toda a Lei, o resto é comentário.
Talmude, Shabbat 31a

Hinduísmo:
Esta é a soma de toda a verdadeira virtude: trate os outros tal como gostarias que eles te tratassem. Não faças ao teu próximo o que não gostarias que ele depois fizesse a ti.
Mahabharata

Cristianismo:
O que quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles.
Lucas 6:31

Islamismo:
Nenhum de vós é um crente até que deseje a seu irmão aquilo que deseja para si mesmo.
Sunnah

Taoísmo:
O homem superior deve apiedar-se das tendências malignas dos outros; olhar os ganhos deles como se fossem seus próprios, e suas perdas do mesmo modo.
Thai-Shang

Confucionismo:
Eis por certo a máxima da bondade: não faças aos outros o que não queres que façam a ti.
Analectos XV,23

Fé Bahá'í:
Não desejar para os outros o que não deseja para si próprio, nem prometer aquilo que não pode cumprir.
Gleenings

sexta-feira, 18 de maio de 2012

A Arte

Existe alguma confusão a respeito do que a magia é realmente. Penso que isso possa ser elucidado se você apenas olhar as mais velhas descrições de magia. Magia na sua forma mais antiga é referida como "A Arte". Creio que isto seja completamente literal. Creio que a magia é arte, e que essa arte, seja a escrita, a música, a escultura ou qualquer outra forma é literalmente magia. A arte é, como a magia, a ciência de manipular símbolos (palavras ou imagens), para operar mudanças de consciência. A verdadeira linguagem da magia trata tanto da escrita como de arte e também sobre feitos sobrenaturais. Um grimório, por exemplo, um livro de feitiços, é simplesmente um modo extravagante de falar de gramática. De conjurar um encantamento. É somente encantar, manipular palavras pra mudar a consciência das pessoas. Eu acredito que um artista ou escritor são o mais perto do que você poderia chamar de um xamã do mundo contemporâneo.

Creio que toda cultura deve ter surgido de um culto. Originalmente, todas as facetas de nossa cultura, sejam as ciências ou as artes, eram territórios dos xamãs. O fato é que, nos dias atuais, este poder mágico se degenerou ao nível de entretenimento barato e manipulação. Atualmente, quem usa o xamanismo e a magia para dar forma a nossa cultura são os publicitários. Em lugar de despertar as pessoas, o xamanismo é usado como um opiáceo, para tranqüilizar as pessoas, para fazê-las mais manipuláveis. A sua caixa mágica, a televisão, com suas palavras mágicas, seus slogans, pode fazer com que todos no país pensem nas mesmas palavras e tenham os mesmos pensamentos banais exatamente no mesmo momento.

Em toda a magia há um componente lingüístico incrivelmente grande. A tradição mágica dos bardos os colocava num patamar muito mais elevado que os magos. Enquanto os magos poderiam fazer sua mão se mover de forma engraçada, ou fazer você ter um filho com um pé de pau, um bardo não te amaldiçoaria. Ele faria uma sátira, coisa que poderia te destruir. E se fosse uma sátira inteligente, não te destruiria somente aos olhos de teus colaboradores. Te destruiria aos olhos de tua própria família, e aos teus próprios olhos. E, se fosse uma sátira finamente elaborada e muito astuta, o bastante para sobreviver e ser recordada durante décadas ou mesmo séculos, então anos depois de tua morte as pessoas ainda leriam e ririam de tua ruína e do teu absurdo.

Os escritores e as pessoas que podiam comandar as palavras eram respeitados e temidos como gente que manipulava a magia. Nos últimos tempos, creio que os artistas e escritores têm permitido serem vendidos, sendo levados pela maré. Aceitaram a crença predominante de que a arte e a escrita são simplesmente formas de entretenimento. Não são vistas como forças transformadoras que podem mudar um ser humano, que podem mudar uma sociedade. São vistas simplesmente como entretenimento, coisas com as quais podemos ocupar vinte minutos ou meia hora, enquanto esperamos morrer.

Não é o trabalho de um artista dar ao público aquilo que o público quer. Se o público soubesse o que quer, eles não seriam o público, e sim o artista. É o trabalho de um artista dar ao público o que ele necessita.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Alma Gêmea

"O amor das almas gêmeas é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira." - Emmanuel

Há uma gradação do amor, no seio das manifestações da natureza visível e invisível?
Sem dúvida, essa gradação existiu em todos os tempos, como gradativa é a posição de todos os seres na escala infinita do progresso. O amor é a lei própria da vida e, sob o seu domínio sagrado, todas as criaturas e todas as coisas se reúnem ao Criador, dentro do plano grandioso da unidade universal.
Desde as manifestações mais humildes dos reinos inferiores da Natureza, observamos a exteriorização do amor em sua feição divina. Na poeira cósmica, sínteses da vida, têm as atrações magnéticas profundas; nos corpos simples, vemos as chamadas "precipitações" da química; nos reinos mineral e vegetal verificamos o problema das combinações indispensáveis. Nas expressões da vida animal; observamos o amor em todo, em gradações infinitas, da violência à ternura, nas manifestações do irracional.
No caminho dos homens é ainda o amor que preside a todas as atividades da existência em família e em sociedade. Reconhecida a sua luz divina em todos os ambientes, observaremos a união dos seres como um ponto sagrado, de referência dessa lei única que dirige o Universo.
Das expressões de sexualidade, o amor caminha para o supersexualismo, marchando sempre para as sublimadas emoções da espiritualidade pura, pela renúncia e pelo trabalho santificantes, até alcançar o amor divino, atributo dos seres angelicais, que se edificaram para a união com Deus, na execução de seus sagrados desígnios do Universo.

Será uma verdade a teoria das almas gêmeas?
No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.
Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentaram a separação das almas que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam mais intimamente, envolvendo umas para as outras num turbilhão de ansiedades angustiosas; atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida terrestre. Quando se encontram no acervo real para os seus corações – a da ventura de sua união pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação pela morte, perspectiva essa que a luz da Nova Revelação veio dissipar, descerrando para todos os espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida.

Existe nos textos sagrados algum elemento de comprovação para a teoria das almas gêmeas?
Somos dos primeiros a reconhecer que em todos os textos necessitamos separar o espírito da letra; contudo, é justo lembrar que nas primeiras páginas do Antigo Testamento, base da Revelação Divina, está registrada: "e Deus considerou que o homem não devia ficar só".

A atração das almas gêmeas é traço característico de todos os planos de luta na Terra?
O Universo é o plano infinito que o pensamento divino povoou de ilimitadas e intraduzíveis belezas.
Para todos nós, o primeiro instante da criação do ser está mergulhado num suave mistério, assim como também a atração profunda e inexplicável que arrasta uma alma para outra, no instituto dos trabalhos, das experiências e das provas, no caminho infinito do Tempo.
A ligação das almas gêmeas repousa, para o nosso conhecimento relativo, nos desígnios divinos, insondáveis na sua sagrada origem, constituindo a fonte vital do interesse das criaturas para as edificações da vida. Separadas ou unidas nas experiências do mundo, as almas irmãs caminham, ansiosas, pela união e pela harmonia supremas, até que se integrem, no plano espiritual, onde se reúnem para sempre na mais sublime expressão de amor divino, finalidades profundas de todas as cogitações do ser, no Dédalo do destino.

A união das almas gêmeas pode constituir restrição ao amor universal?
O amor das almas gêmeas não pode efetuar semelhante restrição, porquanto, atingida a culminância evolutiva, todas as expressões afetivas se irmanam na conquista do amor divino. O amor das almas gêmeas, em suma, é aquele que o Espírito, um dia, sentirá pela Humanidade inteira.

Se todos os seres possuem a sua alma gêmea, qual a alma gêmea de Jesus Cristo?
Não julguemos acertado trazer a figura do Cristo para condiciona-la aos meios humanos, num paralelismo injustificável, porquanto em Jesus temos de observar a finalidade sagrada dos gloriosos destinos do espírito.
N’Ele cessaram os processos, sendo indispensável reconhecer na sua luz as realizações que nos compete atingir. Representando para nós outros a síntese do amor divino, somos compelidos a considerar que de sua culminância espiritual enlaçou no seu coração magnânimo, com a mesma dedicação, a Humanidade inteira, depois de realizar o amor supremo.

Perante a teoria das almas gêmeas, como esclarecer a situação dos viúvos que procuram, novas uniões matrimoniais, alegando a felicidade encontrada no lar primitivo?
Não devemos esquecer que a Terra ainda é uma escola de lutas regeneradoras ou expiatórias, onde o homem pode consorciar-se várias vezes, sem que a sua união matrimonial se efetue com a alma gêmea da sua, muitas vezes distante da  esfera material.
A criatura transviada, até que se espiritualize para a compreensão desses laços sublimes, está submetida, no mapa de suas provações, a tais experiências, por vezes pesadas e dolorosas. A situação de inquietude e subversão de valores na alma humana justifica essa provação terrestre, caracterizada pela distância dos Espíritos amados, que se encontram num plano de compreensão superior, os quais, longe de desdenharem as boas experiências dos companheiros de seus afetos, buscam facultar-lhes com a máxima dedicação, de modo a facilitar o seu avanço direto às mais elevadas conquistas espirituais.

Os Espíritos evoluidos, pelo fato de deixarem algum amado na Terra, ficam ligados ao planeta pelos laços da saudade?
Os espíritos superiores não ficam propriamente ligados ao orbe terreno, mas não perdem o interesse afetivo pelos seres amados que deixaram no mundo, pelos quais trabalham com ardor, impulsionando-os na estrada das lutas redentoras, em busca das culminâncias da perfeição.
A saudade, nessas almas santificadas e puras, é muito mais sublime e mais forte, por nascer de uma sensibilidade superior, salientando-se que, convertida num interesse divino, opera as grandes abnegações do Céu, que seguem os passos vacilantes do Espírito encarnado, através de sua peregrinação expiatória ou redentora na face da Terra.

Somente pela prece a alma encarnada pode auxiliar um Espírito bem-amado que a antecedeu na jornada do túmulo?
A oração coopera eficazmente em favor do que partiu, muitas vezes com o espírito emaranhado na rede das ilusões da existência material. Todavia, o coração amigo que ficou aí no mundo, pela vibração silenciosa e pelo desejo perseverante de ser útil ao companheiro que o precedeu na sepultura, para os movimentos da vida, nos momentos de repouso do corpo, em que a alma evoluída pode gozar de relativa liberdade, pode encontrar o Espírito sofredor ou errante do amigo desencarnado, despertar-lhe à vontade no cumprimento do dever, bem como orienta-lo sobre a sua realidade nova, sem que a sua memória corporal registre o acontecimento na vigília comum.
Daí nasce à afirmativa de que somente o amor pode atravessar o abismo da morte.
(Emmanuel - Da Obra "O Consolador" pgs. 322 a 330 - Francisco Cândido Xavier)

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Alma gêmea da minhalma,
Flor de luz da minha vida,
Sublime estrela caída
Das belezas da amplidão!...

Quando eu errava no mundo,
Triste e só, no meu caminho,
Chegaste, devagarinho,
E encheste-me o coração.

Vinhas na bênção dos deuses,
Na divina claridade,
Tecer-me a felicidade
Em sorrisos de esplendor!...

És meu tesouro infinito,
Juro-te eterna aliança,
Porque sou tua esperança,
Como és todo o meu amor!

Alma gêmea da minhalma,
Se eu te perder, algum dia,
Serei a escura agonia
Da saudade nos seus véus...

Se um dia me abandonares,
Luz terna dos meus amores,
Hei de esperar-te, entre as flores
Da claridade dos céus...

Emmanuel (Do livro "Há Dois Mil Anos")



quarta-feira, 16 de maio de 2012

Metade

Numa dessas "coincidências" da vida, recebi de uma amiga recente um texto lindíssimo de Ferreira Gullar, que reflete com perfeição o momento que estou vivendo. O texto fica ainda mais belo declamado por Oswaldo Montenegro.

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Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

terça-feira, 15 de maio de 2012

O Pequeno Príncipe

Por esses tempos deixei de regar meu jardim. Por isso, acumulei dentro de mim muita água. Agora que voltei a regar meu jardim, tenho que tomar cuidado para não afogar minha flor. E, como falar de flor, sem falar de O Pequeno Príncipe, de Antonie de Saint-Exupéry?

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"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos."



"Será como a flor. Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas."



"Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."



"Se tu choras por ter perdido o sol, as lágrimas te impedirão de ver as estrelas."




"O amor verdadeiro não se consome, quanto mais dás, mais te ficas."



"Disse a flor para o pequeno príncipe: é preciso que eu suporte duas ou três lagartas se quiser conhecer as borboletas."



"Só os caminhos invisíveis do amor libertam os homens."



"A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar..."



"Se tu vens às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz."



"O Amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte."



"O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção."



"Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla."



"Para enxergar claro, bastar mudar a direção do olhar."



"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa."



"Não lhe direi as razões que tens para me amar, pois elas não existem. A razão do amor é o amor."



"O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca."



"São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para saber amar."



"E eu compreendi que não podia suportar a ideia de nunca mais escutar esse riso. Ele era para mim como uma fonte no deserto..."



"Tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas."



"Todas as pessoas grandes foram um dia crianças, mas poucas se lembram disso."