quarta-feira, 13 de junho de 2012

Wreck-It Ralph

A Disney lançou ontem o primeiro trailer de seu novo longa-metragem de animação Wreck-It Ralph (Detona Ralph, no Brasil).

Na trama, Ralph é um vilão de um jogo de videogame (claramente inspirado em Donkey Kong) que está disposto a provar que também pode ser um mocinho. Seu objetivo é ser tão adorado quanto seu adversário de jogo, Mario Fix-It Felix. A oportunidade surge quando ele descobre um jogo de tiro em primeira pessoa (FPS, no jargão dos videogames) comandado pelo Sargento Calhoun. Ralph invade o jogo cheio de boas intenções, mas acaba arruinando tudo ao libertar um inimigo mortal que põe em risco todos os outros games. Surge então a jovem encrenqueira Vanellope von Schweetz, para ensinar o verdadeiro significado de heroísmo.

Detona Ralph traz a participação de personagens famosos de diferentes games, como um fantasminha do Pac-Man, Bowser (da série Mario), Robotnik (Sonic) e Zangief (Street Fighter), como pode ser visto no trailer (em inglês):


Atualização:

Para promover o filme, a Disney lançou no seu site o jogo Fix-It Felix Jr. No jogo, Ralph sai detonando tudo e você tem que reparar os estragos. Clique aqui para jogar.


terça-feira, 12 de junho de 2012

Dia dos Namorados

Os europeus e os norte-americanos comemoram o Dia dos Namorados no Dia de São Valentim, em 14 de fevereiro, data de sua morte. O bispo Valentim lutou contra as ordens do imperador Cláudio II, que havia proibido o casamento durante as guerras acreditando que os solteiros eram melhores combatentes.

Além de continuar celebrando casamentos, ele se casou secretamente, apesar da proibição do imperador. A prática foi descoberta e Valentim foi preso e condenado à morte. Enquanto estava preso, muitos jovens lhe enviavam flores e bilhetes dizendo que ainda acreditavam no amor. Enquanto aguardava na prisão o cumprimento da sua sentença, ele se apaixonou pela filha cega de um carcereiro e, milagrosamente, devolveu-lhe a visão. Antes da execução, Valentim escreveu uma mensagem de adeus para ela, na qual assinava como "Seu Namorado" ou "De seu Valentim".

O dia 14 de fevereiro também marca a véspera da Lupercalia, festa anual celebrada na Roma antiga em honra de Juno, deusa da mulher e do matrimônio, e de Lupércio (ou Lupercus, o equivalente a na Mitologia Grega), deus da natureza. Um dos rituais desse festival era a passeata da fertilidade, em que os sacerdotes caminhavam pela cidade batendo em todas as mulheres com correias de couro de cabra para assegurar a fecundidade (!).

Na Idade Média, dizia-se que o dia 14 de fevereiro era o primeiro dia de acasalamento dos pássaros. Por isso, os namorados da Idade Média usavam esta ocasião para deixar mensagens de amor na soleira da porta do(a) amado(a).

Mesmo na antiguidade, o Dia dos Namorados tinha uma motivação mais nobre do que aqui. No Brasil, em 1949, uma loja de departamento paulistana procurou o publicitário João Dória. O desafio era bolar uma forma para aquecer as vendas durante o mês de junho, então um dos menos lucrativos para o comércio. O publicitário teve a sacada de criar o Dia dos Namorados.

 A justificativa de Dória para escolher 12 de junho é que o dia antecede o Dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. Em 12 de junho de 1949 aconteceu o primeiro Dia dos Namorados do Brasil e não chamou muito a atenção, apesar de uma enorme faixa estendida em frente à loja: "Não é só de beijos que se prova o amor". Demorou mais de uma década para pegar, mas deu certo: hoje, é a terceira data mais pujante para o comércio brasileiro, perdendo apenas para o Natal e o Dia das Mães.

Enfim, tem gente que namora o dinheiro.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Espinhos

 
Por que o amor é assim.

Vi no MenTirinhas.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Fernando Pessoa e a Filosofia Hermética

A filosofia hermética assume-se como uma das facetas mais importantes do pensamento de Fernando Pessoa. Se é verdade que é na obra poética que se dá a grande realização de Fernando Pessoa, não é menos verdade que a contínua reflexão filosófica e religiosa, é uma faceta igualmente importante que convém revelar.

Em certos poemas de Alexander Search, o heterônimo juvenil, revela-se já o interesse pelo ocultismo.

O ocultismo é precisamente uma das chaves da pluralidade de que ele se reclama.

"Todos os que pensam ocultistamente criam em absoluto todo um sistema do Universo, que fica sendo real. Ainda que se contradigam: há vários sistemas do universo, todos eles reais" (Textos Filosóficos I).

Um dos seus projetos de conto, arquivado no espólio, tem precisamente por título "O Filósofo Hermético". Aqui define o oculto "como o interno, a outra face das coisas", e diz ainda que o oculto "significa o que não é presente, o que não é atual... o que já passou, o que virá a ser e também o que é, mas nós não o conhecemos".

A criação literária é para Fernando Pessoa, uma das faces do mistério iniciático. Mistério que se encontra subjacente na Mensagem, na heteronímia, no diálogo entre os vários poetas.

A iniciação única e sempre a mesma, que se encontra no pensamento filosófico, como na atividade literária é a do desdobramento que na criação se verifica desde o primeiro ser. Desdobramento, multiplicação, que depois de assumidos e esgotados permitem a unidade pela transcendência.

Em Essay of Initiation ele identifica transcendência com a fusão de toda a poesia lírica, épica e dramática: "O meu destino pertence a outra lei...", escreve numa carta a Ofélia.

A perfeição, para os gnósticos supõe a androginia, o regresso ao estado de pureza original do Éden.

A energia sexual deve ser canalizada para outros tipos de atividades. No poema Eros e Psique (1934) apontará uma via e uma revelação (com uma epígrafe tirada do Ritual do Grande Mestre do Átrio da Ordem Templária de Portugal).

Este gnosticismo, explica talvez parte da dificilmente explicável filosofia de Pessoa, que é hermética, mas numa multiplicidade de sentidos, apenas comparáveis aos múltiplos da heteronímia.

Explica também a recusa do casamento e a ausência da mulher na sua obra. "Sentir tudo de todas as maneiras" é um elo bem explícito, entre a filosofia hermética e a prática dos heterônimos, a maneira que tem de se entregar à multiplicidade até chegar à unidade, ao não-diferenciado.

A visão do mundo do poeta é altamente sincrética. A busca, como a iniciação, diz respeito a três ordens de coisas: primeiro, a verdadeira natureza da alma humana, da vida e da morte; segundo, a verdadeira maneira de entrar em contato com as forças secretas da natureza e manipulá-las; e por último, a verdadeira natureza de Deus ou dos Deuses e da criação do mundo (Esp. 54-97).

Fernando Pessoa revela-se venerador de um Deus-Mundo, de um Deus-Homem e um Deus-Deus-Reflexo do Espírito Santo, do Filho e de Si Mesmo "manifestação de si mesmo a si mesmo, hermafrodita espírito-matéria", segundo diz num apontamento sobre a Kabala (Esp. 54 A-20).

Assim, o simultaneismo da heteronimia é, um verdadeiro exercício espiritual não confessado: "Organiza a tua vida como uma obra literária, pondo nela toda a unidade que fôr possível" (Esp. 28-43).

A Ordem do Subsolo organiza-se à volta de um projeto, a criação de uma ordem interior "Ordem da Emoção", com os seus graus próprios. Os textos apresentados não passam de fragmentos ou projetos semi-alinhavados de ensaios que o poeta não chegou a acabar.

Faz a distinção entre "Ordem Interna" e "Ordem Externa", estabelecendo esquemas e correspondências entre duas ordens.

Faz também alusão a uma ordem de ciência ou de sabedoria que é a da emoção: "Há três ordens de scª: a da vontade, a da inteligência, a da emoção. A intuição é a inteligência da emoção [1]. Mas a emoção pura - eis a ciência".

Mais adiante escreve: "O mistério (que é tudo) não é comprehensível se não há emoção. A inteligência não pode compreender o mistério".

O Subsolo parece ser o esboço de uma estrutura simbólica servindo de suporte às ordens iniciáticas conhecidas, uma espécie de "assinatura", de "fundamento" de todas as que o poeta procurasse organizar. Ordem simbólica, para o seu entendimento contribui o texto em que se indica a gradação dos vários sentidos dos símbolo, literal, alegórico, moral, espiritual e divino. Para concluir que "numa cadeia racional, tudo é um" (Esp. 54-91).

Encontramo-nos em plena filosofia hermética.

São vários os documentos em que Fernando Pessoa se ocupa da Ordem do Templo, de que se disse filiado, afirmando que ela se encontra em "dormência" desde 1888 (data do seu nascimento). Herdeira da Ordem do Templo, surge em Portugal a Ordem de Cristo, cujo ideário é o mesmo.

No "documento 54 A-29 do Espólio, Fernando Pessoa refere-se ao celebrado Pymandro de Hermes [2]: O que está em baixo é como o que está em cima. Por esta citação se estabelece o elo (que ele deseja ser relacional, mas que não precisa de o ser, quando se trata do oculto) do Subsolo ao Átrio.

Pessoa diz que a organização das chamadas Baixas Ordens copia "guardadas as diferenças obrigatórias" a organização das Altas Ordens.

As Ordens do Átrio iniciam por meio de símbolos as Ordens do Claustro, superiores às primeiras, por meio de chaves herméticas, e as Ordens do Templo "iniciam plenariamente - isto é, dizendo e explicando os mystérios" (Esp. 54 A-95).

Ao adepto são pedidas várias vitórias: a vitória sobre o Mundo, a vitória sobre a Carne, a vitória sobre o Diabo (Esp. 53-59/60). Mas no fim do caminho, descobre que "terá o que sempre teve", isto é, que nada lhe é dado exteriormente que ele já não possua primeiro interiormente.

Este é o sentido místico de toda a iniciação. Dá-se "no Ego Íntimo" (Esp. 53-78), em quem morrer o mundo, a carne, o diabo (a tentação de ambos) e que ressurge para uma vida nova, esclarecida, iluminada.

Para Pessoa "a vida é uma symbolologia confusa" (Esp. 53 B-79) e nada deve ser tomado como definitivamente conhecido. Existe sempre o perigo do erro e da ilusão.

Desenvolve ainda a ideia de que a iniciação tem a ver com alma, sendo "uma espécie de nova região por onde a alma se transforma" (Esp. 53 B-83).

Os graus de inciação representam estados de conhecimento que são simultaneamente estados de vida. Quando se consegue esta união de verdade, o inferior liga-se ao superior, ou seja, o inferior revela-se o superior, pois tudo é um [3].

A maçonaria é para Fernando Pessoa, "uma vida", mais do que uma sociedade ou uma Ordem. O objetivo final que se pretende atingir é, na sua opinião, a sabedoria e não um Grau. Entendido pela intuição (que é a inteligência da emoção, como ele diz), o significado dos símbolos ritualmente recebidos, o adepto transforma-se em filósofo.

Ao filósofo ele aconselha como regra o silêncio, o estudo e o trabalho. E que organize a sua vida "como uma obra literária pondo nela a maior unidade possível" (Esp. 28-43).

Diz contudo que "o significado real da iniciação é, para este mundo em que vivemos um símbolo e uma sombra, que esta vida que conhecemos pelos sentido é uma morte e um sono, ou, por outras palavras, que o que vemos é uma ilusão" (Esp. 54 A-55). A iniciação é o dispersar desa ilusão.

Confia-se sobretudo no estudo e na intuição. A intuição é reveladora de conteúdos profundos e espirituais. Permite "a união com deus" de que se fala (Esp. 54 A-63).

Aquele que procura iniciar-se torna-se adepto da Ordem Interior, despido de preconceitos dogmáticos. Dos três caminhos à escolha poderá seguir o místico, o mágico e gnóstico (no entanto, a verdadeira iniciação inclui os três).

Os graus também são três: Neófito, Adepto, Mestre, ou melhor, são dez: quatro em Neófito, três em Adepto e três em Mestre. O Neófito é essencialmente um estudioso. No Adepto há o progresso da unificação do conhecimento com a vida. No Mestre há a destruição desta unidade por via de uma unidade mais alta. (Esp. 54 B-17)

Diz ainda Pessoa que escrever poesia é o objetivo da iniciação. O grau de Neófito será a aquisição dos elementos culturais com que o poeta terá de lidar ao escrever poesia; o grau de Adepto será o de escrever simples poesia lírica; o grau e Mestre será o de escrever poesia épica, poesia dramática; e a fusão de toda a poesia, lírica, épica e dramática, em algo de superior que as transcenda (Esp. 54 B-18).

Fernando Pessoa encontra na poesia hermética uma via para o instruir sobre a natureza do homem (e da arte, como sua mais elevada dimensão), a natureza do Universo e Deus.

Alcança deste modo uma forma de sabedoria, em que, segundo as palavras do livro do Desassossego, resta a literatura, que é a única verdade, com o pensamento, que é afinal a única maneira de conhecer e sentir, em que a escrita (a sua obra literária) é a grande revelação.

[1] Pessoa definia a inteligência da emoção antes da chamada inteligência emocional de Daniel Goleman.

[2] Hermes Trismegisto, o três vezes grande. De Hermes deriva o termo hermetismo/hermético.

[3] Entendo isso como sendo o equivalente de, ao invés de descermos até o inferno, façamos o inferno subir até nós.

Fonte: Universidade Fernando Pessoa

domingo, 3 de junho de 2012

Sobre a Infelicidade e o Sofrimento

A felicidade não é deste mundo. Certamente, o Divino Mestre sofreu ao carregar a cruz ao Calvário. No entanto, o que o sustentava no trajeto era o significado do Seu sofrimento. Havia um "por que" sofrer (neste caso, toda a humanidade).

Não façamos apologia ao sofrimento: o sofrimento vão é masoquismo. Já o sofrimento, quando dotado de um "por que" ganha um sentido heróico, como o sofrimento de Jesus. É preciso pararmos de buscar uma vida plena de felicidade sob o risco de a atingirmos sob o efeito de drogas, como o Lexotan.

A infelicidade não é sintoma de desajuste. Ao contrário: é o contraste, as trevas, que nos dão a capacidade de distinguir a luz.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

E.T. O Extraterrestre

O filme E.T. O Extraterrestre celebra seu aniversário de trinta anos com uma primeira edição em blu-ray que será lançada no mês de outubro, conforme anúncio da Universal Pictures.


Remasterizada digitalmente e com som 7.1, a edição especial inclui também uma cópia digital e outra em DVD, além de uma entrevista recente com o diretor Steven Spielberg e os Diários de E.T., que mostram mais de uma hora de material inédito sobre a filmagem.

Em 1982, E.T. O Extraterrestre se tornou o maior sucesso de bilheteria do ano, estreando em primeiro lugar em todos os países onde foi exibido, e foi indicado a nove prêmios Oscar, conquistando o de Melhor Trilha Sonora [1], Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Som.

É, sem dúvida alguma, um dos filmes mais especiais para mim, tendo sido inclusive, o primeiro filme que eu, então um garotinho de seis anos, vi no cinema. A sensação foi tão incrível que vive na minha memória até hoje.

Uma pena essa ótima notícia coincidir com as novas regras para envio de blu-rays ao Brasil pela Amazon.com.

[1] Do gênio John Williams.