Fui chamado de bom, de bonzão, e isso é mau. Uma palavra que deveria ser usada para designar uma virtude pessoal foi usada de maneira oposta, em tom jocoso.
Essa inversão de valores é cada vez mais freqüente. Aquele que tem apreço pela leitura é nerd; o que não estuda é cool. Ter inteligência torna o indvíduo impopular numa terra em que a pobreza é sinônimo de humildade. Educação e riqueza aumentam as possibilidades de desenvolvimento, mas agridem. Uma pessoa culta e bem sucedida rompe um implícito pacto de mediocridade que limita o já estreito senso crítico do povo brasileiro.
O governo por sua vez, através de mecanismos como a aprovação automática nas escolas públicas, me faz crer que não pretende mudar essa deturpação de conceitos já institucionalizada. Um povo inculto é dócil politicamente e, tendo orgulho da condição, não faz por mudá-la.
Não é de se espantar que isso ocorra em uma República onde o presidente gaba-se de ser semi-alfabetizado. Semi-alfabetizado para ele. Eu, que prefiro insultar, o considero semi-analfabeto.
Para finalizar: no sentido em que foi dito, ser bom é relativo, isto é, depende do referencial. E o referencial é péssimo.
Essa inversão de valores é cada vez mais freqüente. Aquele que tem apreço pela leitura é nerd; o que não estuda é cool. Ter inteligência torna o indvíduo impopular numa terra em que a pobreza é sinônimo de humildade. Educação e riqueza aumentam as possibilidades de desenvolvimento, mas agridem. Uma pessoa culta e bem sucedida rompe um implícito pacto de mediocridade que limita o já estreito senso crítico do povo brasileiro.
O governo por sua vez, através de mecanismos como a aprovação automática nas escolas públicas, me faz crer que não pretende mudar essa deturpação de conceitos já institucionalizada. Um povo inculto é dócil politicamente e, tendo orgulho da condição, não faz por mudá-la.
Não é de se espantar que isso ocorra em uma República onde o presidente gaba-se de ser semi-alfabetizado. Semi-alfabetizado para ele. Eu, que prefiro insultar, o considero semi-analfabeto.
Para finalizar: no sentido em que foi dito, ser bom é relativo, isto é, depende do referencial. E o referencial é péssimo.
2 comentários:
Eu acho ainda que quem estuda é vítima de preconceito, sendo chamado de bobo, trouxa, estranho. Nerd (como dito no texto) é um elogio só conhecido nos meios mais cultos. A maioria das pessoas incultas rotulam a pessoa que gosta de estudar de estranho, ou seja, lá vem o fulano com aquele papo-aranha. Isso é péssimo, pois o indivíduo para ser aceito muitas vezes se vê num ambiente limitado de comentários e piadas que pode fazer, de acordo com o número cada vez mais escasso dos que lêem e buscam conhecimento. Sad but true, como dizia a música...
O que me assusta às vezes é como este pensamento se enraíza (tem acento?) na pessoa desde a época escolar. Os melhores da sala, em nome da deusa Igualdade que procura destruir o demônio do Preconceito (isto é um demônio mesmo), muitas vezes recebem o mesmo tratamento dos piores. Assim, aprende-se que por mais que você se esforce, não será mais recompensando que os outros.
Não sou contra a não-fomentação do orgulho, pois realmente é pecado, mas deve-se também ser justo: quem estuda mais, quem se esforça mais, deve ser recompensado. É com estes entendimento que nos últimos tempos me vejo cada vez menos "socialista".
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