sexta-feira, 27 de junho de 2008

A Segunda Maçã [1]

A falência dos matrimônios, baixos salários e uma geração alienada são as conseqüências do segundo fruto proibido, colhido da árvore da revolução feminista, que infligiu às mulheres o gosto amargo do mercado de trabalho.

É imprescindível salientar que a revolução feminista rendeu às mulheres importantes avanços sociais como o direito à educação e ao voto [2]. Entretanto, colocou um vasto contingente de pessoas no mercado de trabalho, desconsiderando Adam Smith e sua Lei da Oferta e da Demanda, que diz que a oferta pode aumentar ou diminuir de preço conforme varia a quantidade ofertada. Diminuiu-se o salário dos homens e as mulheres, com o pressuposto de que teriam quem as sustentassem, recebiam ainda menos. O mercado de trabalho abriu as portas para as mulheres sobretudo durante o período das duas grandes guerras; com grande parte dos homens envolvidos nos confrontos, as mulheres ocuparam os postos de trabalho vagos.

Diferentemente do Éden, dessa vez o pecado não fora o fruto em si, mas o que motivou a mulher a comê-lo: a idéia da mulher ser um suporte à vida do homem. Influenciadas por publicações como O Segundo Sexo, de Simone de Beauvoir, que pregava a existência de uma hierarquia entre os sexos, as revolucionárias criam que trabalhando, o divórcio seria financeiramente sustentável e não seria preciso carregar o fardo de se ter um marido. Faltou-lhes a observação de que ambos os gêneros se suportam, "pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante." (Eclesiastes 4:10)

Em suma: o casamento passou a ser visto como dispensável. As pessoas aceitaram viver com menos para viverem sozinhas. Para aqueles que insistem no casamento e numa vida confortável, resta aos cônjuges o trabalho. E quem educa as crianças é a televisão, com toda sua estupidez e sua futilidade.

Ainda como reflexo dessa situação, vemos uma mudança comportamental e novos papéis sociais de homens e mulheres. É necessário um revezamento de funções no papel de pai e mãe. Tal inversão de papéis casa perfeitamente bem com a homogeneização dos sexos que é tão politicamente correta e socialmente aprazível. Criam-se cada vez mais, indivíduos sem personalidade sexual, ao mesmo tempo em que surgem clamores por homens viris. A sociedade extirpa o órgão do corpo e exige dele a sua função.

Lamento. Não se fazem mais homens como antigamente e Amélia é que era mulher de verdade.

P.S.: Não tenho razões para crer que o mundo seria um lugar melhor caso nunca tivesse existido a revolução feminista. A humanidade e o capitalismo voraz teriam nos trazido às mesmas condições salariais e a problemas sociais distintos. E eu estaria aqui (ou em algum outro lugar) reclamando do mesmo jeito, só que de outra coisa.

[1] A bíblia em momento algum coloca a maçã como o fruto proibido do Éden. A maçã é citada no título apenas por ser vulgarmente (porém, incorretamente) associada ao pecado original.

[2] O objetivo dessa postagem não é criticar a posição das mulheres que aderiram à revolução feminista. Eu mesmo, fosse daquele tempo, muito possivelmente teria apoiado o movimento; todavia, fundamentado em outras motivações.

2 comentários:

Cristiano Silva disse...

Eu li o texto e não vi nada em que eu não concorde. Acho que no anseio por se livrar de um tipo de opressão, a mulher entrou no mercado de trabalho, mas outra opressão foi criada: o fato de que hoje para se ter algo, até para os filhos, geralmente ambos tem que trabalhar. Lembro da minha infância, onde meus pais só conseguiram comprar uma casa porque ambos trabalharam. Deus guardou a minha infância, bem como a da minha irmã, mas mesmo assim penso nos sentimentos que ambos tinham por ambos terem que saírem de casa para trabalhar.

Ou seja, acho que existem os casos onde é realmente preciso, e outros que não e poderia haver uma opção pelos filhos.

Que Deus continue provendo o crescimento e a sabedoria a você.

P.S.: Sobre o fruto proibido, já li uma explicação até convincente, baseado no hebraico antigo, de que o fruto poderia ser uma banana, e não uma maçã.

Jairo disse...

Na minha opinião, a entrada das mulheres no
mercado de trabalho gerou sim, problemas. Hoje
em dia, ambos têm que trabalhar para ganhar o salário
de apenas um (pelo menos na maioria dos casos). Mas na
verdade, não é a entrada em si, das mulheres no mercado
de trabalho que gera os problemas, e sim, como elas se
comportam no mercado.
Hoje em dia, nas pesquisas, o salário
das mulheres ainda é inferior ao salário dos homens!
Discriminação? Eu não acredito nisso! Na minha opinião
as mulheres normalmente são péssimas para negociar salário.
Cansei de ver isso! Pior ainda, as mulheres normalmente
não possuem a capacidade se bater o cartão e desligar o
botãozinho "MODO TRABALHO"!
O botãozinho "MODO TRABALHO" é aquele que a gente,
quando chega ao trabalho, liga e passa a se concentrar e
a dar prioridade ao trabalho. As mulheres saem do trabalho
e permanecem com ele ligado. Só pra dar um exemplo, quase todos os dias, no trem, ouço alguma mulher que saiu do trabalho fazendo ligações para resolver problemas do mesmo!
Aaaaaaaah entendi !!! Por isso tudo que as mulheres
cada vez mais ocupam posições de destaque nas empresas!
São competentes, mas o diferencial é que se dedicam mais, de corpo e alma e ainda aceitam ganhar menos! Se um dia eu tiver uma empresa, vou encher de mulheres, com certeza!
Muitos homens fizeram isso (só que negociando bem seus salários), mas hoje em dia é perceptível a mudança da postura masculina frente a isso.
Claro, que adianta trabalhar feito louco e querer começar a curtir a vida depois que está doente?
Mas isso não vai durar para sempre, veja, as mulheres
estão sofrendo cada vez mais de diversos tipos de cancer, principalmente cancer de mama e outros problemas por deixar se viver
uma vida saudável. A tendencia é a coisa estabilizar para o lado
das mulheres também, eu acho, rs. Aí, só vai faltar elas aprenderem
a negociar melhor os seus salários.