quinta-feira, 27 de março de 2008

A Institucionalização da Burrice

Fui chamado de bom, de bonzão, e isso é mau. Uma palavra que deveria ser usada para designar uma virtude pessoal foi usada de maneira oposta, em tom jocoso.

Essa inversão de valores é cada vez mais freqüente. Aquele que tem apreço pela leitura é nerd; o que não estuda é cool. Ter inteligência torna o indvíduo impopular numa terra em que a pobreza é sinônimo de humildade. Educação e riqueza aumentam as possibilidades de desenvolvimento, mas agridem. Uma pessoa culta e bem sucedida rompe um implícito pacto de mediocridade que limita o já estreito senso crítico do povo brasileiro.

O governo por sua vez, através de mecanismos como a aprovação automática nas escolas públicas, me faz crer que não pretende mudar essa deturpação de conceitos já institucionalizada. Um povo inculto é dócil politicamente e, tendo orgulho da condição, não faz por mudá-la.

Não é de se espantar que isso ocorra em uma República onde o presidente gaba-se de ser semi-alfabetizado. Semi-alfabetizado para ele. Eu, que prefiro insultar, o considero semi-analfabeto.

Para finalizar: no sentido em que foi dito, ser bom é relativo, isto é, depende do referencial. E o referencial é péssimo.

terça-feira, 18 de março de 2008

Panis et Circenses

Séculos atrás, praticamente todo o mundo conhecido era governado pelos césares romanos. Esses auto-denominados deuses mantinham a população controlada sob um esquema que ficou conhecido como política do pão e circo - em latim, panis et circenses. Era uma maneira perversa de afastar os plebeus das questões sociais e políticas.

Essa política consistia em matar a fome do povo com pão e entretê-lo com espetáculos em circos e arenas como o Anfiteatro Flaviano, o chamado Coliseu. Entre as atrações, uma particularmente cruel era o assassínio de cristãos, caçados vivos pelos leões.

E é assim que este que lhes escreve sente-se nos dias de hoje. Caçado vivo pelo leão do imposto de renda com sua fome arrecadatória, que controla o povo valendo-se de uma política assistencialista - bolsa-esmola - e o diverte com o circo da televisão digital. Ave, Lula!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Iguais, Mas Diferentes

Uma das mentiras que mais foram marteladas na cabeça dos cidadãos brasileiros é que todos são iguais perante a lei. Pergunte à seus amigos se isso é verdade e a resposta virá em um uníssono sim. Mas a verdade é que todos os iguais são iguais perante a lei, isto é, a norma legal se aplica, teoricamente, de maneira igual para aqueles que são iguais. Por essa razão, eu e muito provavelmente você, não temos direito ao foro privilegiado, mas todos os nossos nobres deputados o têm, pois todos eles são iguais na condição de parlamentares. Valendo-se da mesma prerrogativa, policiais têm direito a cela separada dos detentos comuns e réus primários têm a pena abrandada em relação aos não-primários.

Note bem: é justo separar os iguais. É isso que garante aos idosos prioridade no uso dos assentos reservados dos transportes coletivos. Se valesse a idéia de que todos somos iguais, qualquer um poderia reclamar seu direito de usar esses assentos.

Um detalhe importante é que não está exclusa a possibilidade de usufruirmos dos direitos dos nossos "desiguais". Ao completarmos sessenta e cinco anos passamos a ter prioridade no uso do assento reservado. Da mesma maneira, podemos nos eleger deputados e gozar (rá!) dos mesmos direitos.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Join Now!

Quarta-feira, doze de março de 2008. Esse dia ficará marcado para sempre na minha vida como o dia em que minhas férias acabaram. Não bastasse isso, nessa mesma quarta-feira recebi um e-mail do meu amigo Cristiano com os seguintes dizeres:

"Caro Luiz,

Sem sua presença negativista, conseguimos parar para pensar e refletir. O fruto disso são três blogs:

O do Rodrigo: Genuflexo
O do Garcia: Cine Paranóia
O meu: Nerd Protestante"

Quinta-feira, treze de março de 2008. Tive a felicidade de ter minha idéia citada no Blog do Garcia - o Cine Paranóia. Tal fato me levou a pensar: por que estou usando todo esse meu potencial criativo para os outros e não para meu próprio benefício? E, como bom invejoso que sou, resolvi que teria meu próprio blog.

Dado este nobre motivo, senhoras e senhores, é com satisfação que apresento para vocês...

... O Ócio Destrutivo!